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quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Maquiagem carnavalesca e algumas considerações sobre a liberdade/necessidade de expressão

Já comentei aqui que não morro de amores pelo carnaval. Nestes dias de folia, o povo se libera, coloca pra fora sua alegria, sua música, seu samba no pé e veste o que deseja, sem receio do julgamento do olhar alheio. Liberdade de expressão eu curto sim. E não só no carnaval. Levanto a bandeira desse tipo de expressão livre que não agride o outro, que não lesa o direito do outro de se expressar também. A liberdade de expressão a que me refiro e defendo, é a do estilo, do figurino. 


A tal moda jovem japonesa, que pode beirar ao ridículo, vista sob nossa atual percepção de moda, é um exemplo magnífico do que estou querendo dizer.
Os jovens japoneses experimentam muito, atrevem-se mesmo. Dê um google em "japan street style" que você terá uma amostra do que falo. Logo eles que são campeões em compostura social, que, mesmo não passando carro algum, esperam o sinal abrir (diferente do nosso costumeiro excesso de confiança que acaba por permitir pequenas negligências que causam tragédias, sabe? Nosso excesso, não deles!), que mesmo diante da tragédia, agem com calma, sem lamentos e com a atenção voltada ao que precisa ser feito (lembram das imagens após o terremoto e o acidente nuclear de Fukushima? Das pessoas aguardando paciente e organizadamente a distribuição de comida, da senhora agradecendo quando lhe tiraram debaixo dos escombros de sua casa, dos engenheiros idosos oferecendo-se para os reparos da usina?). Estou dizendo que japoneses são melhores que nós, brasileiros? Não! Eles apenas, culturalmente, têm maior capacidade de pensar no todo. Pensar globalmente e agir localmente (como disse certa vez John Lennon). Os jovens engenheiros sofreriam danos radioativos que certamente ocasionariam neoplasias em 20, 30 anos. Tais anos que os idosos não teriam para "desfrutar" da doença.  Minha atitude impacta na atitude do outro cidadão, do sistema, do país. Entende?
E aí estes "certinhos", extravasam no vestir. Sem ter medo do ridículo. E se atrevem em estilo, em sobreposição, em cor. E sem apelo. Usam saias? Sim. Curtas? Siiim! Mas a libido fica para entre quatro paredes. Talvez para eles o ridículo esteja justamente no apelo sexual que predomina nas ruas por estas bandas daqui. 
E antes que alguém pergunte. Não. Eu não estive no Japão. Apenas tomei meu pequeno lugar na janela do último livro da Martha Medeiros, que reservou algumas páginas para uma viagem ao Japão. A inspiração vem de qualquer lugar. :) E a loucura quase que inevitável de comparar desiguais surge de quaisquer coisas. Rio x Tóquio. O espírito do maior carnaval do mundo (sim, o carnaval carioca está no Guinness Book!) x valores sociais que considero importantes. E confesso que sou curiosa pela cultura japa. Não só a milenar, mas também a contemporânea. A cultura japonesa contemporânea é outra, mas os valores estão ainda presentes. Evoluir não significa abandonar coisas boas e funcionais, apenas por terem ficado velhas... 
Dito tudo isso, posso valer aqui meu direito de expressão e minha loucura em misturar assuntos e acabar dizendo que não curto muito o carnaval, mas gosto muito de maquiagem? 
Quem gosta das duas coisas, tá feita então! Inspire-se e atreva-se before, during and after carnaval. ;)

Imagens: 1. da makeup artist Jessica Tarazi, 2. via pinterest (repare na lente colorida:)) e as demais são da makeup artist Jangsara (tutoriais aqui, aqui e aqui).


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